Raro é o dia em que não nos afligimos com alguma coisa.
Ou uma frase que foi dita e caiu mal (dita a nós ou por nós), um beijo que gostávamos de ter recebido do nosso marido e que saiu sem o dar, uma conta que está para pagar, a roupa para lavar, a casa para arrumar, um filhote com ranho no nariz... Eu sei lá.
Em suma... O nosso ordenado não chega para a vida que queremos levar, o nosso casamento não é idílico, às vezes quem diz o que quer também ouve o que não gosta, a casa e a roupa não se tratam sozinhas, e os nossos filhos não imunes a tudo.
E as proporções que as coisas atingem... É aflitivo.
Mas a verdade, de verdade mesmo, é diferente.
A vida tomou o rumo que de alguma forma lhe demos. Casámos por vontade própria, com a pessoa que amamos, tudo vem por acréscimo, nada é pêra doce. Os nossos filhos são a melhor coisa no Mundo.
Pena é, que só nos apercebemos disso quando algo de realmente mau nos acontece... O meu avô paterno, que eu amo como pai, está doente. Ainda não sabemos com o que e só desejamos o melhor entre o pior.
Afinal, tudo à nossa volta não é assim tão mau. Isto sim é mau. A possibilidade (que espero ser bem remota) de perder alguém que amamos com toda força para todo o sempre, isso sim é bem bem bem mau.
Avô Joaquim, recupera depressa.
